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Pequeno Livro do Tempo

Pequeno Livro do Tempo

Suzana Ramos e Marta Neto

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«Como não havia horas para fazer nada, era também a altura ideal para fazer tudo.» - Delicado, poético e irresistível percurso pelas horas que batem dentro de cada dia, e assim, tombando os ponteiros, a deslumbrar crianças e a desafiar adultos.

Ano de edição: 2015

Páginas: 48

Coleção: Tretas e Letras

Dimensões: 24,6 x 24,6 cm

Encadernação: Cartonado

ISBN: 978-972-36-1433-6

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Suzana Ramos

Quando era muito, muito pequena, apanhou um avião com dois amigos pouco mais velhos e veio a alta velocidade de Moçambique para Lisboa com a identificação «menor desacompanhado» pendurada ao pescoço. Depois disso, o tempo pôs-se mais frio e começou a passar muito, muito devagar. Mas alguns anos mais tarde, durante a licenciatura em Filosofia, voltou a passar muito a correr, mas é melhor não se saber ao certo por que é que isso aconteceu. E por razões que a razão reconhece mas que o coração escondeu anos a fio, foi fazer um mestrado em Estudos Americanos, variante de Literatura e Cinema. Por serem tempos particularmente felizes, os ponteiros do relógio avançaram cada vez depressa. Para além de alguns ensaios que demoraram bastante a escrever, publicou O Tamanho da Minha Altura (Assírio & Alvim 2009), texto vencedor do Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2007; Histórias de Pontuar(Dinalivro, 2012) e agora o Pequeno Livro do Tempo (Afrontamento, 2015). Vive com três árvores – um limoeiro temperamental, uma oliveira despenteada e uma laranjeira generosa – e dois seres extraordinários que lhe ensinam todos os dias o que é a eternidade. Tem uma simpatia muito particular pelo Chapeleiro Maluco e pela Lebre de Março, gatos de todas as cores e feitios, poetas portugueses, escritores russos e americanos. Às vezes, quando olha para um relógio, tem a certeza de que o tempo provavelmente não cura tudo, mas é de certeza um grande escultor.

Marta Neto

Certa vez a mãe disse-lhe que tinha nascido 10 dias depois do tempo e isso fez todo o sentido. Pensou que ter nascido em Abril de 1974 era muito mais poético do que nascer em Março, mas 10 dias depois... nunca mais iria recuperar esse tempo. Às vezes, sente-se como o coelho da Alice, sempre a correr, mas nem sempre foi assim. Na faculdade de Belas Artes, onde estudou Design Gráfico e fez o mestrado em Desenho, o tempo parecia passar ao ritmo certo, entre desenhos, fotografias e alguns sonhos com as aulas de pintura. Ou quando estudou Cenografia na Central Saint Martins em Londres e em Helsínquia, ou quando fez um Erasmus em Bruxelas. O tempo parecia estar certo, embora um pouco frio. Como primeiro trabalho fez parte da equipa de construção plástica do filme «A Suspeita», de José Miguel Ribeiro, e o tempo congelou no ecrã muitos momentos de aprendizagens maravilhosas. Mais tarde trabalhou num teatro, fez cenários para um casino, para uma biblioteca e para o Sabor a Palco. Nessa altura ainda tinha tempo. Depois não sabe bem o que aconteceu ao relógio, mas passou a andar muito, muito depressa, embora às vezes, quando ilustra um livro, quando ensina os seus alunos a desenhar, quando mergulha no mar, quando viaja, quando olha o céu estrelado, quando vai buscar os filhos à escola, quando está com a família e os amigos, nessa altura, parece que o tempo do seu relógio volta a ter as horas certas.

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