Porto. Origem de Portugal

Este livro percorre três momentos decisivos em que o Porto se afirma como alicerce da Nação-Estado portuguesa: primeiro, como o antigo Portucale, cujo nome batizou o Reino e lhe conferiu a primitiva grandeza; em seguida, como berço e trincheira do liberalismo, onde as lutas sofridas, mas vitoriosas, cristalizaram a liberdade e consolidaram o ideal constitucional, por fim, como reduto invicto e revolucionário que acolheu, em duas ocasiões, a proclamação da República, manifestação máxima da coragem cívica que delineou o rumo político do país. É na convergência do locus, ethos e pathos que se revela a tríade constitutiva de um povo que se apropriou do topónimo – Portucale ou Portugale – para forjar um corónimo, em sentido estrito e lato, cuja força perdura através dos séculos.

«Mais do que fazer a História do Porto, abarcando três “etapas” primaciais para a Cidade e o País (génese da Nação, liberalismo e revolta republicana), esta obra de Carlos Magalhães e Manuel Augusto Dias é um gesto de irreverência face ao centralismo da Capital. Num contexto político em que se fala tanto em “reparação”, este livro visa também a “reposição” da verdade histórica, conscientes os autores de que o Porto nem sempre é tratado com o respeito e o reconhecimento que merece no contexto nacional. Este livro fala-nos, especificamente, dos três “Portugais” do Porto: a Presúria de Portucale de 868, a Revolução Liberal de 1820 e a Revolta do 31 de Janeiro de 1891. Estão de parabéns os autores pela obra em apreço e pelo seu inestimável contributo para a história da nossa cidade.»
— Nuno Cardoso