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Flausino Torres (1906-1974)

Flausino Torres (1906-1974)

Documentos e fragmentos biográficos de um intelectual antifascista

Paulo Torres Bento

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A passagem do centenário do nascimento de Flausino Torres constitui-se como a ocasião ideal para retirar do esquecimento público alguém que pelo seu percurso político e intelectual foi um participante activo em alguns dos mais decisivos momentos do século XX português e europeu. 
Contemporâneo em Coimbra das primeiras lutas académicas contra a ditadura militar do 28 de Maio, foi director-bibliotecário da Associação Académica, secretário da loja maçónica A Revolta e revisor da Imprensa da Universidade até ao seu encerramento compulsivo por ordem de Salazar; activista do Partido Comunista Português (PCP), do Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista (MUNAF) e do Movimento de Unidade Democrática (MUD) em Lisboa no efémero momento de esperança que sobreveio à derrota do nazi-fascismo em 1945, foi conferencista na Universidade Popular e o autor mais prolixo da notável Biblioteca Cosmos dirigida por Bento de Jesus Caraça; resistente em Tondela nos difíceis combates da oposição democrática em 1949, em 1958 e em tantas outras ocasiões, marcou a diferença numa pequena vila do interior pelas suas posições frontais como professor, jornalista e historiador; exilado em Argel nos tempos conturbados da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN) e testemunha na heróica Praga da exaltante primavera política violentamente interrompida, em Agosto de 1968, pelos tanques soviéticos; deu as suas últimas lições a um grupo de estudantes universitários checoslovacos para quem escreveu a História de Portugal em que o Povo Português, com letra grande, como gostava de grafar, surge como o protagonista principal. 
Ter estado presente em todos este lugares da história seria por si só excepcional mas Flausino Torres não se limitou nunca a assistir aos acontecimentos que acompanharam a sua vida. Desde muito jovem, em tempos bem mais perigosos do que os actuais, fez a sua escolha política por um dos lados da barricada, como ele próprio afirmava - o lado dos desfavorecidos e dos oprimidos do seu país e de todo o mundo - e tomou um caminho intelectual, não sem contradições, em que o referente marxista se cruzou com o seu apurado sentido crítico e pragmático. 
O seu testemunho documental, inédito até hoje, é pois um contributo valioso para o conhecimento de acontecimentos e contextos vários da história política portuguesa do século XX, com um particular destaque para a história do PCP, ainda com tanto por desvendar, mas igualmente para a história da oposição ao Estado Novo, da cultura portuguesa das décadas de 1930 a 1960 e mesmo para a história local de Tondela.

Ano de edição: 2006

Páginas: 360

Coleção: Edições Especiais

Dimensões: 21,3 x 27,2 cm

Encadernação: Cartonado

ISBN: 978-972-36-0863-2

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Paulo Torres Bento

Paulo Nuno Torres Bento (1962, Tondela). Licenciado em História pela Universidade do Porto e Mestre em Educação pela Universidade do Minho, é professor de História e bibliotecário na Escola Básica e Secundária de Caminha. Tem-se dedicado à investigação sobre a História do concelho de Caminha e do Alto Minho, tendo publicado diversas obras sobre o tema, a saber, José Porto (1883-1965). Desvendando o arquitecto de Vilar de Mouros (2003), Ruas de Caminha. Toponímia e História da Vila da Foz do Minho (2009), Da Monarquia à República no concelho de Caminha. Crónica política (1906-1913) (2010), Do Coura se fez Luz. Hidroeletricidade, iluminação pública e política no Alto Minho (1906-1960) (2012), História Nossa. Crónicas de tempos passados por terras de Caminha e Âncora (2015), República em Tumulto. O concelho de Caminha nos anos da Grande Guerra, de Sidónio à Monarquia do Norte e da Pneumónica (1914-1919) (2019) e A Maçonaria ao Val. de Âncora e a Loja Vedeta do Norte (1903-1929) (2021).
No âmbito do Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense, é coautor de Ferreiros e Serralheiros de Vilar de Mouros (2008), Dos caiadores aos estucadores e maquetistas vilarmourenses (2009), Álbum de Memórias do Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense (2011); Minas e mineiros em Vilar de Mouros no século XX. Exploração de estanho e volfrâmio nas concessões da Fonte Nova e Castelhão (2013) e A Fábrica de Louça de Vilar de Mouros (2015).
Organizou, prefaciou e anotou as monografias BAPTISTA, Júlio. O Estado Novo e outros sonetos políticos satíricos (2008); RENDA, Manuel; SOUTO, Plácido; ROCHA, Alice Fontes. Serões Vilarmourenses. Vidas, usos e costumes de um mundo que se perdeu (2022).
Noutros contextos, é ainda autor de Flausino Torres (1906-1974). Documentos e Fragmentos Biográficos de um Intelectual Antifascista (2006); coautor de Desenvolvimento Pessoal e Social e Social e Democracia na escola (1993); organizou, prefaciou e anotou as monografias TORRES, Flausino. Diário da Batalha de Praga. Socialismo e Humanismo (2008); TORRES, Flausino Correia. A Vida do Capitão Torres. Da infância no Caramulo às expedições em África (1909/1916) e à Administração do concelho de Tondela (1919) (2020).

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