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Confronto. Memória de uma Cooperativa Cultural

Confronto. Memória de uma Cooperativa Cultural

Porto 1966-1972

Mário Brochado Coelho

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Contrariando a nossa habitual tendência de «fazer história» com base num ponto de vista único centrado exclusivamente em Lisboa, procurei recuperar e dar a conhecer os principais traços do nascimento, actividade, encerramento e significado de uma instituição políticocultural do Porto denominada «Confronto, Cooperativa de Promoção Cultural, SCRL». Tentei fazê-lo com o rigor possível e fugindo à forte subjectividade e emoção dos que - como eu - viveram intensamente o dia-a-dia desta cooperativa. O discurso tem, pois, um estilo enxuto. Serão, porventura, muitos os que poderão encontrar neste trabalho algumas referências importantes sobre as suas vidas, a sua formação pessoal e os seus sonhos de um futuro melhor. Procurei retirar do silêncio iniciativas, pessoas, factos, indignações e resistências que marcaram de modo significativo a vida política de vários sectores da intelectualidade portuense e nortenha da segunda metade dos anos 60 e início dos anos 70 do século passado (1966- 1972) e que serviram de escola para variados e diferentes ramos de pensamento inovadores, alguns dos quais foram determinantes, por vezes, nas práticas política e social nacionais durante a(s) década(s) seguintes. A Confronto foi um lugar de diálogo entre pessoas, ideias e grupos diferentes mas que se situavam dentro de um quadro mínimo de defesa dos direitos humanos e oposição política ao regime fascista de Salazar e Caetano. Colocou em «confronto» perspectivas diversas de intervenção cívica, ética e social, ensinando cada um a conhecer e respeitar as diferenças dos demais ao aprender a descobrir nelas todos os seus tesouros escondidos. Mostrou que a realidade é rica em diversidades e que ninguém é portador de uma qualquer verdade absoluta. Provou, por fim, que o ser humano é simultaneamente uno e complexo.

Ano de edição: 2010

Páginas: 256

Coleção: Textos

Dimensões: 16,5 x 23,9 cm

Encadernação: Brochado

ISBN: 978-972-36-1096-3

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Mário Brochado Coelho

Um dos nomes pioneiros da Afrontamento que, fundada oito anos antes, se consolida verdadeiramente como casa editorial em 1971 com a sua iniciativa de editar o livro "Em defesa de Joaquim Pinto de Andrade", cujo sucesso de vendas e impacte político serviu de base para o incremento das publicações. Mário Brochado Coelho nasceu em Vilar do Paraíso (Vila Nova de Gaia), estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas expulso por motivos políticos em 1962 foi concluir a licenciatura na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Foi um conhecido e corajoso advogado de presos políticos nos Tribunais Plenários do Porto e Lisboa, membro da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, jurista do Sindicato dos Bancários do Norte e esteve no centro do movimento associativo do Porto ligado à oposição democrática, nomeadamente na cooperativa Confronto, na Unicepe e no Cineclube. Após o 25 de Abril, foi consultor jurídico de associações de moradores do Grande Porto e do projeto SAAL e um dos promotores do Tribunal Cívico Humberto Delgado, destacando-se como advogado da acusação particular no caso do assassinato do Padre Max e da estudante Maria de Lurdes em 1976. Fundador e dirigente da UDP, foi eleito duas vezes como deputado municipal no Porto, em 1977 e 1981, e em 2009 foi proposto pelo Bloco de Esquerda como candidato a Provedor de Justiça. Em 2005 recebeu a Ordem da Liberdade das mãos do Presidente Jorge Sampaio e dez anos depois a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro da Câmara Municipal do Porto. Como escritor, é autor de “Lágrimas de guerra”(1987, diário), “Cinco passos ao sol” (1991, poesia) e "Confronto - Memória de uma Cooperativa Cultural" (2010), todos com a chancela Afrontamento, de que esteve sempre muito próximo em termos pessoais e editoriais. Nos anos mais recentes, Mário Brochado Coelho empenhou-se particularmente na edição de "Joaquim Pinto de Andrade. Uma quase autobiografia", de Diana Andringa e Victória de Almeida e Sousa (2017), que posfaciou, e apresentou publicamente duas obras sobre temas que lhe diziam muito, o romance "Uma Bomba a Iluminar a Noite do Marão", de Daniela Costa (2018) e "Vencer o Medo. A Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (1969-1974)", de Edgar Silva (2020). Faleceu a 24 de novembro de 2023, com 84 anos de idade.

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