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Zahra

Zahra

Tomás Sopas Bandeira e Mohamed Sulaiman (ilustrações)

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«Zahra tem sempre em filigrana a nossa indiferença perante o sofrimento, angústia e desespero do povo saharaui — aqui representado na vivência quotidiana de Zahra — encurralado há décadas num cantinho a sudoeste da Argélia, junto a Tindouf, uma das zonas mais tórridas do nosso planeta. São mais de trezentos mil seres humanos exilados à força do seu país que, perante o cinismo, a cobardia e a aparente impotência da Lei Internacional, gerida pelo primado da força e da corrupção, tentam sobreviver à custa de ajudas de organizações não-governamentais, de algumas agências das Nações Unidas e da boa vontade da Argélia que os acolheu, mas sobretudo graças a uma resiliência e a uma vontade férrea de sobrevivência.»
Fernando Nobre (Do Prefácio)

Ano de edição: 2019

Páginas: 184

Coleção: Fixões

Dimensões: 14,6 x 22,8 cm

Encadernação: Brochado

ISBN: 978-972-36-1761-0

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Tomás Sopas Bandeira

Nasceu em 1993 em Braga, cidade onde passou a infância e juventude. Em 2011 mudou-se para Lisboa para cursar Medicina, e seis anos mais tarde partiu para o estrangeiro a fim de obter uma especialização médica.
Atualmente encontra-se a viver em Lausana, Suíça.
Desde o tempo da universidade que partir e viajar se foram tornando uma constante.
Destinos não escolhidos aleatoriamente no mapa mas antes contextos que o escolheram a ele, que o levaram e o devolveram com um olhar diferente.
A escrita também se desenvolveu com a viagem, inicialmente através de diários e mais tarde concretizando-se num primeiro livro de ficção, ainda não publicado, na sequência de uma estadia na região de Sofala (Moçambique), seguido por um período vivido entre diferentes comunidades indígenas na Amazónia brasileira.
A questão do Sahara Ocidental foi progressivamente entrando na sua vida, tornando-se ativista da Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental.
Hoje em dia é também membro do Comité Suisse de Soutien au Peuple Sahraoui e copresidente do Bureau International pour le Respect des Droits de l’Homme au Sahara Occidental.
Uma viagem aos acampamentos de refugiados de Tindouf (Argélia) em 2017 confrontaram-no com a realidade saharaui, daí resultando Zahra, o seu primeiro romance.

Mohamed Sulaiman

Mohamed Sulaiman é um artista dos acampamentos de refugiados saharauis no sudoeste da Argélia, onde nasceu e passou a juventude. Toda a sua vida foi um refugiado num acampamento de um país estrangeiro. Foi estudar para a Universidade de Batna (Argélia), regressando mais tarde com a ideia de ajudar a inspirar a sua comunidade através da arte. Trabalha com diferentes meios e estilos de arte. Frequentemente apresenta-se simplesmente como “criador” – calígrafo, ilustrador, fotógrafo, escultor, promotor artístico, entre outras coisas. Proveniente de uma cultura do deserto, a expressão oral (histórias e poesia saharaui) é uma tradição antiga que lhe é familiar e com a qual combina a arte visual. Recentemente, desenvolveu projetos experimentais criando esculturas a partir de materiais descartáveis como produtos de fábricas, pedaços de madeira, metal, plástico e objetos do dia-a-dia. Através deste processo de experimentação desenvolveu capacidades e ideias que o levaram a criar o MOTIF, o seu estúdio nos acampamentos, hoje um centro ativo que serve não só como lugar de criação mas também de educação artística. O seu sonho é torná- lo num espaço de arte experimental e desta forma gerar modos alternativos de aprendizagem, criação e expressão. Organiza ainda atividades sociais que permitem aos jovens dos acampamentos encontrarem-se, trocarem ideias e criarem projetos em conjunto e acredita que a arte está a trazer mudanças à sua comunidade.

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