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Dar a ver e a se ver no extremo

Dar a ver e a se ver no extremo

O poeta e a poesia de João Cabral de Melo Neto

Arnaldo Saraiva

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João Cabral de Melo Neto (Recife, 1920 - Rio de Janeiro, 1999) é «talvez a mais original e consistente personalidade poética que já houve no Brasil».
Descendente de senhores de engenho, segundo de sete irmãos, parente de ilustres homens de letras como, entre outros, o dicionarista António de Moraes Silva, o poeta Manuel Bandeira e o antropólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi jogador de futebol juvenil no Recife, tipógrafo amador em Barcelona, historiador e diplomata, com passagem por vários países, incluindo Portugal, mas viveu sempre mobilizado pela poesia. Na sua produção poética, iniciada em 1937, podemos apontar obras primas como Psicologia da Composição, Morte e Vida Severina, A Educação pela Pedra, Agrestes; mas em quase todos os seus poemas é notório o rigor da construção, o gosto pelo concreto, a fuga ao enfático e ao comum sentimentalismo lírico, assim como a lucidez da visão e o empenho em desmoralizar ou desmoronar os podres poderes do mundo, nordestino ou outro.

Ano de edição: 2014

Páginas: 119

Coleção: Monografias

Dimensões: 17 x 24 cm

Encadernação: Brochado

ISBN: 978-972-36-1385-8

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Arnaldo Saraiva

Arnaldo Saraiva é Professor Emérito da Universidade do Porto. Licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, fez o seu percurso académico e ensinou na Faculdade de Letras da Universidade do Porto desde 1970 a 2009, salvo nos anos em que leccionou, como professor convidado, na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (1978-1979) e na Universidade de Paris-Sorbonne Nouvelle (1993-1994). Também leccionou na Univer­ si­ dade Católica Portuguesa (Porto) entre 2003 e 2009. Foi membro da Direcção da Cooperativa Árvore, Presidente do Conselho Geral do Boavista Futebol Clube, Fundador do Centro de Estudos Pessoanos, Presidente da Fundação Eugénio de Andrade, colaborador da RTP e da RDP e actor em filmes de Luís Galvão Teles, António Reis, Saguenail e Joaquim Pinto. Na sua vasta obra distinguem-se títulos como In (poesia), Bacoco é Bacoco seus Bacocos (crónica) e Literatura Marginal izada, Fernando Pessoa Poeta-Tradutor de Poetas ou O Modernismo Brasileiro e o Modernismo Português (ensaio). No decurso de 2014 já publicou: Augusto dos Santos Abranches, Escritor e Agitador Cultural da Lusofonia, O Génio de Andrade, A Sedução da Ficção (coord.) e, em colaboração com Maria Alice Amorim, Teia de Cordéis, editado no Brasil.
Entre as várias distinções que lhe foram concedidas salientem-se a do Governo brasileiro, que o condecorou com a Ordem de Rio Branco, e a da Academia Brasileira de Letras, que o elegeu como sócio correspondente.


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