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As Ruas Presas às Rodas

As Ruas Presas às Rodas

António Rebordão Navarro

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«...Na verdade, neste mundo e nestes tempos, motorista de praça constitui profissão arriscada. Este também quer ir para fora da cidade. Pretende que o leve e traga de Entre-os-Rios (...) Só necessita de entregar o sobrescrito largo, acolchoado, preso com agrafos, que traz sobre os joelhos. E pela sempre primaveril estrada marginal, com o rio azul claro a surgir em meandros por entre casas, árvores, o homem, conservando nos gestos e na voz indícios de seminário, de sacerdócio, que a cor e o corte desportivo do casaco, a camisa aos quadrados, a gravata de descuidado nós sobre o botão aberto no colarinho, os cabelos compridos e soltos não conseguem totalmente eliminar, comenta, impressionado, os recentes atentados na estação madrilena de Atocha, provocando quase duzentos mortos e centenas de feridos. Uma hecatombe!, profere, emocionado (...) Uma chacina, não acha? De facto, não quer saber a minha opinião, pois a não deixa exprimir-se. Estes actos terroristas enchem-nos de pavor, gelam-nos de indignação e de impotência. Claro que este caso, por se ter dado à nossa beira, nos inquieta mais, não lhe parece? Também não quer saber se me inquieta ou não pela proximidade, pois logo continua: há um nosso escritor do século dezanove que habilmente constata e nos convence que a dimensão das catástrofes varia na razão inversa da distância. Aflige mais um pé torcido da vizinha do lado que a inundação causando milhares de mortos de um rio indiano...»

Ano de edição: 2011

Páginas: 116

Coleção: Fixões

Dimensões: 14,7 x 23 cm

Encadernação: Brochado

ISBN: 978-972-36-1139-7

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António Rebordão Navarro

Nasceu no Porto em 1933. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi chefe de secção de uma Caixa de Previdência e delegado do Ministério Público nas comarcas de Vimioso e de Amarante, dedicando-se depois ao exercício da advocacia na sua cidade.
Secretariou e, posteriormente, dirigiu a revista literária "Bandarra", fundada por seu pai, o escritor Augusto Navarro. Foi codiretor da revista de poesia "Notícias do Bloqueio". Durante vários anos presidiu à Assembleia Geral da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto e foi vogal do Conselho Fiscal da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo também sido diretor da Biblioteca Municipal do Porto.
Colaborou em diversas publicações e está representado em várias antologias.
Alguns dos seus poemas estão traduzidos para castelhano, francês, checo e sueco.
Em 2002 foi-lhe atribuído o "Prémio Seiva" (Literatura).

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