Coleção: Victória de Almeida e Sousa

Nasceu em Luanda, a 13 de Agosto de 1936. Concluiu no Liceu Salvador Correia de Luanda o curso liceal, indo depois estudar Medicina em Lisboa. Em Março de 1965 foi presa pela PIDE, por pertencer a um grupo de nacionalistas angolanos que exerciam actividades conspirativas em Luanda e em Lisboa, em prol do MPLA e da extensão da luta às cidades angolanas. Viria a sair da cadeia em 30 de Junho de 1967. Em Novembro de 1971, casou com Joaquim Pinto de Andrade, preso na Cadeia do Forte de Peniche e que, para tal, pedira a recondução ao estado laico. Regressada a Angola após o 25 de Abril de 1974, manteve – como cidadã, católica e médica – persistente intervenção social em auxilio dos mais desfavorecidos. Como catequista foi impulsionadora de um Grupo de Cuidados Domiciliários; organizou postos de atendimento médico primário em algumas paróquias; dinamizou grupos de reflexão e discussão com jovens insistindo na participação activa dos católicos em todas a esferas da vida angolana. Foi professora de Cuidados Primários de Saúde no ICRA, instituição católica vocacionada para a formação de Educadores Sociais. Trabalhou no Hospital Josina Machel no Serviço de Pediatria até 1983, altura em que se junta a um grupo de trabalho em Saúde Pública. Foi representante da AMI para Angola em 1995-1997. Membro da Associação Cívica Angolana desde a sua fundação, manteve intervenção politica sempre que possível, mas não aderiu oficialmente a nenhuma formação partidária. A sua intensa actividade social viria a ser condicionada pela doença do seu marido, Joaquim Pinto de Andrade. Após a morte deste, em 23 de Fevereiro de 2008, e até à sua própria morte, em 2015, dedicou-se a reunir e compilar muito do material integrado neste livro, numa firme intenção de preservar parte da memória nacional.